21.8.12

PARIS E MAIS UM INVERNO - PARTE 6



Seguimos de metrô até o Montmartre, passeamos pelas ruas do bairro mais artístico de Paris onde há dezenas de excelentes pintores fazendo belos quadros ao vivo e desenhando os turistas. A qualidade do trabalho é excepcional e dificilmente se vê tanta gente talentosa por metro quadrado. Ficam todos numa praça cheia de turistas ao lado da Igreja do Sacre Coeur. Depois fomos à própria Igreja que é linda e tem uma história interessantíssima, e que fica no alto e em frente a uma imensa escadaria. É um dos lugares mais altos de Paris e onde se pode apreciar a cidade que se espalha lá embaixo.

Perto dali fica o Pigale que é onde está localizado o famoso Moulin Rouge e onde se concentram as maiores sex shops da cidade. Exploramos as maiores. Um ambiente que cheira a sexo e a decadência. Não recomendo uma visita noturna apesar de que em 1995 e em 1998 eu já havia estado lá à noite. 

Felizmente, há tantos museus esplêndidos aqui com tantas maravilhas que mesmo num dia de chuva há muito para se fazer. Nesta viagem tenho descoberto lugares novos que não conhecia e retornado a outros.

Conheci um museu incrível que nem sabia que existia e que fica ao lado do apartamento onde estou: o l’Orangerie. Localizado no final do Jardim das Toulherias e em frente da Place de la Concorde, reúne um acervo magnífico das famosas Nymphéas de Monet. São pinturas imensas, que ocupam duas enormes salas e que mostram a série do artista que foi o papa do Impressionismo, pintadas originalmente em seu jardim em Giverny, perto de Paris. Se não bastassem essas obras, o museu ainda reúne um formidável acervo de Picasso, Matisse, Renoir, Cezáne, Modigliane, Toulouse-Loutrec e muito mais. Um delírio, além do fato de que o prédio tem uma arquitetura interna muito moderna, contrastando com a estrutura clássica exterior bem adequada ao conjunto da praça em que fica localizado.

Depois voltei ao Museu d’Orsay que já conhecia da minha viagem anterior e a que nunca é demais retornar. Talvez esse seja o meu museu favorito no mundo. Só a sua estrutura é deslumbrante que abrigou uma antiga estação de trem, a organização das obras em três níveis diferentes com um grande espaço aberto onde se pode caminhar entre elas e a exuberância do acervo. Pena que chegamos faltando duas horas para fechar. Dá até certa raiva por Paris ter tantas obras de arte e tantos museus. Nunca se pode apreciar o suficiente. E olhe que nem falei do Louvre, pois não creio que vá visita-lo nesta viagem, pois já fui três vezes nele nos anos anteriores em que estive aqui. E ele é grande demais.

Passeamos em volta do Sena, cruzamos alguma pontes charmosas como a famosa Alexandre III em frente da Esplanada dos Inválidos e uma que não lembro o nome, mas que é cheia de cadeados com nomes de casais de namorados, exatamente como uma que vi em Colônia.

No final da tarde, já anoitecendo testemunhamos uma cena rara. Na Praça Chatelet, uma multidão se concentrava em frente a um prédio com guardas fardados fechando as várias ruas em frente, televisões e jornalistas se agrupavam. Era a cerimônia da entrega do César, o Oscar do cinema francês. Tiramos algumas fotos e ficamos um tempo para ver se reconhecíamos algum artista famoso, mas era muita gente em volta e não dava para ver direito, além de que vários carros chegavam o tempo todo com artistas mais conhecidos do cinema francês.

O dia continuou a ser uma réplica chuvosa do anterior, mas foi mais dedicado a compras de encomendas. Passeio pela Avenida da Ópera, pelo Boulevard dos Capuchinhos e  pela Champs Elisse. Um almoço delicioso num discreto e baratíssimo restaurante oriental na própria avenida Champs Elisee, escondido dentro de uma galeria e acessível aos conhecedores e com uma variedade de pratos pelos quais pagamos apenas 17 euros cada um incluindo gorjeta e café.


1 comment:

Unknown said...

Adorei todos os posts. E que fotos bem tiradas! Coisa de profissional?
Se um dia eu perder o medo de atravessar o Atlântico, vou querer dicas. Até lá, seus relatos me locupletam.