2.1.07

Fim de Caso


Um livro que recomendo a quem tem alguma fé ou já viveu um grande amor. “Fim de Caso” foi escrito em 1951 por um dos maiores escritores ingleses, Graham Greene, autor, entre outros clássicos, de Expresso do Oriente e Nosso Homem em Havana. Quase todo inglês já leu esse livro que no Brasil passou da 10ª edição. É uma história arrebatadora que virou filme com indicação para Oscar e tudo.


O filme, adaptado da obra de Greene, é dirigido por uma dos meus diretores favoritos: Neil Jordan (Traídos Pelo Desejo e Entrevista Com o Vampiro) e os personagens principais são interpretados por Julianne Moore (Magnólia), Ralph Fiennes (A Lista de Schindler) e Stephen Rea ( alter ego do diretor Jordan, que estrela todos os seus filmes).

A história: um triângulo amoroso entre um alto funcionário público inglês, sua esposa e um escritor durante a Segunda Guerra Mundial em Londres. O ingrediente mais interessante da história, que o autor manipula com maestria, é a fé (ou a ausência de fé) dos personagens em Deus e como isso faz com que suas vidas sejam reviradas e destruídas. Para quem acha que estou antecipando as coisas, a primeira página do livro é quase um flash back e diz quase tudo: “Essa é muito mais uma história de ódio que de amor”.

O livro leva o leitor para uma imensa variedade de emoções humanas que chega-se a pensar: como esses ingleses conseguem conter um vulcão remoendo as entranhas sob uma aparência áspera e fria?

Selecionei uma passagem que gostei especialmente: “Sua cicatriz fazia parte do seu caráter tanto quanto o ciúme. Então pensei se queria que meu corpo se transformasse em névoa e vi que queria que aquela cicatriz continuasse a existir por toda a eternidade. Mas minha névoa poderia amar aquela cicatriz? Então, comecei a querer o meu corpo, que eu detesto, só porque era possível que ele amasse aquela cicatriz.”

Leia após um banho quente, ponha um bom perfume numa tarde chuvosa, tomando vinho branco numa taça legal, ouvindo Sarah Vaughan e com os pés aquecidos por meias novas. Meias novas são fundamentais! Mas para quem prefere ouvir pagode, tomar cerveja na praia e sentar na areia....bem, acho que Grahan Greene não vai combinar.

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