29.4.09

Primavera em Nova Yorque - XI


11º DIA
TERÇA FEIRA

Aqui vai o último relatório da minha viagem de 11 dias por NYC. Esses relatórios estão sempre começando com o clima do dia. Agora entendo porque esses americanos são tão preocupados com o clima e a temperatura. Diferentemente dos países tropicais, aqui a gente nunca sabe como o dia seguinte vai ser. Tem dia que faz sol e no dia seguinte chove e faz frio.

Sempre é assim. Hoje foi um dia que começou assim. Chuva e frio. Um bom dia para ficar em casa...mas não estava afim de ficar em casa no meu último dia aqui e museus também são bem quentinhos e eu ainda não tinha ido ao Guggenheim.

O próprio prédio em que o Guggenheim está instalado é uma obra de arte do arquiteto ultra-moderno Frank Lloyd Wright. Paguei 4 dólares como estudante mas infelizmente apenas 2 andares estavam abertos, os demais estavam sendo preparados para próximas exposições.

De qualquer modo havia obras de arte fantásticas como quadros famosos de Picasso (um quadro lindo chamado Mulher Passando Ferro e dá para acompanhar o progresso dele passando por fases diferentes até chegar ao cubismo). Além de vários quadros de Cézanne (como Homem de Braços Cruzados); Renoir (como Mulher com Papagaio); Manet (como Em Frente ao Espelho); Toulouse-Loutrec (como Au Salon); Degas (esculturas e pinturas de bailarinas, a marca registrada do artista); Gauguin (Homem e Cavalo); e Van Gogh (tinha um guarda só para proteger o Van Gogh Montanhas em Saint-Remy). Tinha um Monet fantástico, uma pintura esplêndida que mostrava Veneza. O nome dela: Palácio Ducal Visto do San Giorgio Maggiore. Dava uma vontade louca de saber onde fica esse tal San Giorgio Maggiore que inspirou o artista com uma vista daquela.

Como era cedo, 4:00, e chovia e fazia frio, resolvi voltar ao Metropolitan (dava para ir andando do Guggenhein) pois no dia que fui só consegui ficar no andar térreo e finalmente eu poderia ir ao andar de cima. Mas, infelizmente, o MET fechava hoje as 17:30 (diferente do dia que fui antes que fechava as 9 da noite). Pois então eu teria uma hora e meia. Bem, dei um pequeno golpe dessa vez e não paguei nada, pois percebi que os guardas das portarias nem sempre pedem o ticket.

Como na outra visita, atravessei dezenas de salões, vários dedicados a porcelanas chinesas e várias exposições sobre a arte da Ásia Central, arte budista das regiões da antiga Rota da Seda, passando pelo Afeganistão de 600 antes de Cristo, anterior a conquista de Alexandre o Grande que foi por volta do ano 300 a.C.

Eles têm um palácio de um rei assírio: Ashurnarsipal II, com paredes cheias de esculturas em alto relevo antiquíssimos, ídolos de pedra, arte fenícia com deuses da Mesopotâmia, como Baal, vasos de alabastros cheios de inscrições religiosas, objetos de cerâmica da cidade de Petra, aquela que fica encravada num rochedo na Jordânia, fragmentos de lamparinas e figuras masculinas e femininas, objetos de terracota de Chipre vindos de escavações em tumbas e santuários, arte do Irã, arte da religião do zoroastrismo, da Pérsia do período de Ciro, Dario e Xerxes, dos Hititas, arte islâmica com aquela característica temática floral e com arabescos. Arte da Índia com centenas de estátuas de Buda e deuses como Shiva, Ganesh, Vishnu, Parvati, Brahma...esculturas do Nepal, Tibet, China e Japão...

Tem um enorme jardim japonês lindo lá dentro. Aliás, tudo muito explicado. E tapeçarias e objetos de decoração orientais. Saindo dessa parte mais antiga a gente entra numa ala que tem centenas de desenhos desde os anos de 1.500, 1.600...São tão frágeis que ficam pouco tempo em exibição pois não podem pegar muita luz...São muito especiais.


Há uma ala dedicada a Espanha dos séculos 16 a 18 com vidros, ouro, prata...provavelmente esse ouro e essa prata que embelezavam os mosteiros e igrejas espanholas tenham vindo do Brasil e da América Latina explorada pelos europeus para isso.

E na área de arte moderna, centenas de fotografias e arte conceitual de 1974 a 1984...muito moderno demais para meu gosto, conceitual demais mas museus tem que ter isso.

Tinha uma exposição especial de desenhos com varias técnicas (De Rafael a Renoir)...Esculturas diversas de Rodin e vários outros escultores importantes em uma ala monumental. Um artista novo chamado Damien Hirst que pega animais e os expõe conservados em uma espécie de formol. É bem atual e caríssimo. No MET eles tem um tubarão inteiro desse cara. Um tubarão de verdade que foi conservado em um tanque transparente com um produto gelatinoso e meio transparente. Uau!

E eles têm centenas de Picassos, Dalis, Matisses, Edward Hopper, Mirós, Andy Warhol, Jackson Pollock, Modiglianis, Chagal, Georgia O`Keeffe...acho que vou parar por aqui pois não tenho como descrever mais sem parecer repetitivo.

O dia foi produtivo. A viagem foi incrível. Foi bom fazer o relatório e receber as respostas dos destinatários. Ajudou bastante, pois viajar só tem vantagens e desvantagens e não ter com quem trocar ideias é uma delas. A internet ajuda nisso.

Foi ótimo! Até o Brasil

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