8º DIA-DOMINGO
Preciso descrever melhor o que fiz na sexta e no sábado. Na sexta, como falei, passei 5 horas explorando o acervo do Metropolitan, mas no final da expedição eu ainda não tinha saído do andar térreo. Não explorei o andar de cima nem o jardim que eles têm no telhado que abre-se para o Central Park e que tem exposições variadas. Estive lá em 1998 mas isso já tem 11 anos. Será que da para voltar ainda nessa viagem? Não sei. Tem tanto pra ver ainda.
Depois de 5 horas caminhando como um lunático pelos salões do MET, precisava urgente ter uma perspectiva mais natural e o Central Park estava logo ali do lado....Foi uma excelente opção.
O sol estava ótimo, nem um pouco frio, sem vento...uma delicia. Só notei que estava exausto quando encontrei um lugar perfeito para deitar na grama. A coluna vertebral gemeu de prazer e me estiquei como meus gatos Trappinho e Sushi fazem a cada 10 minutos...Os pés agradeceram e a espinha dorsal idem.
O sol estava ótimo, nem um pouco frio, sem vento...uma delicia. Só notei que estava exausto quando encontrei um lugar perfeito para deitar na grama. A coluna vertebral gemeu de prazer e me estiquei como meus gatos Trappinho e Sushi fazem a cada 10 minutos...Os pés agradeceram e a espinha dorsal idem.
Eu não estava com pressa alguma depois de 5 horas caminhando. A descrição que vou fazer agora pode parecer poética demais mas estou sendo 100% realista.
Lá estava eu, deitado na grama, sob a sombra de um enorme carvalho. O sol passava pelos galhos e folhas facilmente e deixei o rosto pegar aqueles raios de sol quentinho. Havia esquilos passando do meu lado, vários tipos de passarinhos, pois é primavera agora e várias arvores estão floridas. O perfume do lugar é delicioso. Pertinho de mim dois caras tocavam violão. Acho que eram músicos e estavam sem pressa também, fiquei ali ouvindo os violões o tempo todo.
Do meu outro lado, um casal jovem lia dois livros deitados na grama, um no colo do outro. Não havia confusão ali naquela parte bem atrás do MET. Um caminho perto era usado por corredores e ciclistas. De vez em quando aparecia um casal de velhinhos para tirar fotos. Poucas crianças, enfim.
Esse lugar incrível, um oásis de tranqüilidade fica exatamente atrás do MET. Ali há um grande monumento importante, feito de um único pedaço imenso de pedra, um monólito de granito chamado Agulha de Cleópatra.
Trata-se de um enorme obelisco feito no Egito há mais de 3.500 anos e trazido para os EUA na década de 1930 em uma história cheia de aventuras e detalhes.De longe, é o objeto mais antigo feito pelo homem no Central Park.Vale a pena ler a história desse monumento. Ele ficava originalmente num porto de Heliópolis, às margens do Rio Nilo no Egito e foi trazido para cá apos ter sofrido muitos ataques dos persas e de outros povos, Além de ter sido roubado pelos romanos no tempo do imperador Augusto, que o levou para Alexandria. É um milagre que não tenha sido destruído totalmente..Até terremoto ele atravessou no século 18.
Sua base original se perdeu na primeira remoção pelos romanos que reconstruíram uma base nova feita com quatro enormes caranguejos de bronze para segurar o monumento. Esses caranguejos originais também se perderam em uma das remoções. Duas das bases originais (pedaços dos caranguejos) estão preservadas no MET na ala egípcia.O obelisco tem quatro faces e é cheio de inscrições de hieróglifos com traduções em inglês em placas de bronze no chão.
O obelisco foi construído pelo Faraó Tutmosis III e a remoção para os EUA foi complicadíssima. Ele 18 metros de altura e 220 toneladas e veio em um navio especial que sofreu tempestades no mar e que quase afundou. Imagino a perda que seria. Uma história e tanto.
Depois desse delicioso descanso explorei mais um pouco essa parte do Central Park onde já tinha estado no domingo passado quando cheguei a NY. Fui ao Belvedere Castle que e um castelo (tem vários filmes onde ele aparece) construído ao lado de um grande teatro onde no verão são apresentadas diariamente pecas de teatro de Shakespeare grátis, com atores famosos.
Depois passei por um jardim especial dentro dessa área chamado Shakespeare Garden onde há inúmeras plantas e flores que são citadas nas obras de Shakespeare (vi um jardim desses no Golden Gate Park em São Francisco). Estava florido com tulipas de várias cores.
Estava perto do final do dia e o sol ainda estava perto do horizonte. Fui andando para ver se me perdia, pois o parque é gigante. E qual a minha surpresa quando de fato me perdi numa parque do parque que e a mais selvagem. O Central Park foi todo projetado, mas nessa parte, chamada The Ramble, ele fica meio esquisito parecendo um labirinto. As árvores são altas, a cidade e a linha dos prédios se perdem e os caminhos são sinuosos com pontes, lagos, rochedos...fiquei com um pouco de medo porque mesmo tentando me reencontrar e com o guia eu não estava conseguindo me orientar. Apesar de dizerem sempre que o parque não e mais perigoso, naquele lugar especificamente ele fica bem complicado.
Mas acabei me orientado e saí do outro lado onde havia novamente uma ciclovia e descansei num café charmoso onde reabasteci minha cafeína e minhas calorias gastas. Nessa hora foi bem mágico porque o sol estava se pondo, obviamente não dava para ver o sol, mas o horizonte no céu atrás da linha de préedios do lado oeste do Central Park estava todo cor de rosa. À minha frente tinha aquela multidão de árvores floridas, um belo lago, mais árvores e lá na frente os prédios de Manhattan. Uma perspectiva plástica e artística de tão perfeita. A natureza e as obras feitas pelos homens em total harmonia. Só que tem um detalhe: todas aquelas árvores foram plantadas ali. Todas as milhões de árvores foram plantadas exatamente para criar esse aspectos visual. A história do Central Park é interessantíssma e levei para o passeio, emprestado de Allan, um livro ótimo que conta toda a história da construção do parque.
Para quem não conhece o Central Park não da para descrever em poucas palavras. Ha livros inteiros so para contar a história do parque que tem quase 900 hectares, foi inaugurado alguns anos antes de 1900 e começa na rua 59 e vai ate a rua 110 (isso dá mais de 50 ruas) Vai até o começo do Harlen e para explorá-lo minimamente precisa-se de dias. Em termos de largura ele equivale ao espaco que separa três grandes avenidas, da 5ª à 8ª avenidas.
Por isso, no sábado, voltei lá com Allan que conhece muito bem o lugar. Sábado foi, como dizem os ingleses: "A Glorious Day". A temperatura estava em 29 graus e pela primeira vez desde que cheguei usei uma bermuda o que foi ótimo, pois se estivesse de calça comprida ia sofrer com o calor que fez.
Atravessamos a pé a ponte do Brooklin, o que foi ótimo, porque eu nunca tinha passado por ela, exceto por baixo quando cruzei o Rio East no barco do passeio da quarta-feira. Dessa vez não esqueci de levar a máquina e se não consegui tirar uma foto de baixo dela, dessa vez consegui tirar varias fotos de cima. É uma ponte famosíssima, aparece em vários filmes e vale a pena ler a história dela pois a sua construção foi mesmo uma grande aventura, como a do Central Park.
Atravessando a ponte saímos do Brooklin e estávamos em Manhattan.Começamos a tarde com um brunch por volta das 3 horas num lugar do Chinatown que parece um palácio dedicado a comida. Lembrei dos hotéis de Las Vegas onde servem por pouco dinheiro toda a comida que você conseguir comer.Quem vê aqueles chineses comendo o tempo todo nos filmes pode ter uma ideia do que estou falando. Nós fomos lá exatamente porque a comida e boa e barata e em grande quantidade. Você come o tempo todo uns bolinhos do tamanho de um punho feitos no vapor com todo tipo de recheios: peixe, porco, frango... São chamados Dim Sum. E ainda tem mariscos, camarões gigantes, vegetais, molhos, chás e um monte de comida que eu não conhecia e fui experimentando de tudo.
O lugar e imenso com mais de 100 mesas repletas de pessoas comendo e servindo o tempo todo. Allan adora esse lugar e passear com ele e como ter um guia particular, pois ele me mostrou todo tipo de coisa interessante como as praças e ruas e edifícios históricos.
Depois passeamos pelo Little Italy, onde há grande colônia de imigrantes italianos e, como no Chinatown que fica colado, há muitos restaurantes étnicos. Estive no ano 2000 aqui durante a festa mais importante que eles fazem e que dura uma semana em homenagem ao santo padroeiro deles que é San Genaro.
Seguimos para o Central Park como já falei, mas na parte em que ele fica no Harlem que e totalmente especial com centenas de cerejeiras florindo na primavera...um escândalo de lindo. Não da para descrever. Só vendo.
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