7º DIA-SÁBADO
A sexta-feira foi o dia mais bonito até hoje nesses 7 dias de NY. Foi bom acordar mais cedo para poder aproveitar bem.
O dia todo foi dedicado ao Museu Metropolitan e ao Central Park. Obviamente, não foi possível percorrer nem metade do MET nem um décimo do Central Park.
Cheguei ao Metropolitan as 11:30 e fiquei lá atá as 16:30. Foram 5 horas de caminhada dentro deste que é um dos maiores museus do mundo. Não dá para descrever nem de longe o que é o MET. Simplesmente grandioso, espetacular, atordoante. Um prédio monumental na 5ª avenida e ao lado do Central Park. Quando se entra nele, já se é envolvido por uma atmosfera diferente de arte.
Eles têm centenas de salas, pátios, salões, corredores, jardins...No começo, segui de algum modo o guia, mas teve uma hora em que me perdi. O pior é que eu não sabia se estar perdido era uma boa opção porque assim eu poderia perder muita coisa.
Eles têm centenas de salas, pátios, salões, corredores, jardins...No começo, segui de algum modo o guia, mas teve uma hora em que me perdi. O pior é que eu não sabia se estar perdido era uma boa opção porque assim eu poderia perder muita coisa.
As salas se abrem como labirintos enormes e se veem coisas absurdamente lindas. A princípio, devo dizer que a gente paga o preço que quiser. Eles sugerem algo como U$ 10 a U$ 12 para adultos, mas eu paguei U$ 6. Na Frick Collecion paguei U$ 5 e no The Cloisers (que pertence ao MET) paguei U$ 5 também.
Tem que se começar a caminhada pelo MET por algum lugar. Basicamente, a gente entra pela ala de arte grega e romana ou pela ala egípcia e cada uma delas é um mundo inteiro à parte. Têm de tudo, literalmente, e muito bem explicado com painéis, textos e descrições de cada artefato. Você pode ainda alugar por 20 dólares um audioguia, mas não tem disponível em português.
Na parte da arte grega, por onde comecei, inicia-se pelo período pré-histórico da Grécia, com os primeiros objetos de arte de 3.000 antes de Cristo com destaque para as gordas figuras femininas de pedra, com grandes seios e nádegas, como a representação da fertilidade. Nesse período não tem quase figuras masculinas. Andando de sala em sala a gente acompanha a evolução da Grécia e da arte deles, acompanha o período da arte de Creta (minoana), do apogeu de Micenas, com centenas e centenas de joias, ânforas, cerâmicas, objetos de bronze, mármore, caixões de terracota, talismãs de ágata e pedras semi-preciosas daquela época fantástica.
Passamos por todo o apogeu do primeiro período grego, pela evolução de Atenas, pelas guerras, pela história da filosofia, da religião, centenas e centenas de estátuas de deuses e heróis. Tudo muito conservado. Fico imaginando que essas coisas todas foram trazidas para cá, compradas a preço de banana ou roubadas...mas se tivessem ficado nos seus lugares originais quem sabe se teriam sobrevivido? Tantos deles foram destruídos, o que é um pecado...
Acompanham-se o período em que começaram a ser cunhadas moedas. Tem uma coleção imensa das primeiras moedas da Lídia antes da conquista da região pelos Persas. Tem toda a história da navegação grega pelo Mediterrâneo com a fundação das colônias gregas nas regiões do Mar Morto, Mar Negro etc.. A arte de Corinto, braceletes de ouro, alfinetes de prata, estátuas de sereias, leões, grilfos, esfinges, hidras, centauros...milhares de animais e tudo com muitas explicações e significados simbólicos.
São fragmentos da história da arte em todas as suas etapas. Tinha uma sala enorme só dedicada ao vinho, com ânforas de todos os tamanhos. O vinho tinha um significado importante na vida dos gregos. Ali havia os Simpósios que eram reuniões em que os homens conversavam, se socializavam, discutiam política e filosofa, ouviam musica, declamavam poesias e até faziam sexo (com outros homens ou com mulheres). E o vinho tinha uma importância capital nessas reuniões. Havia até uma regra para a diluição do vinho com partes de água, pois beber o vinho puro sem diluir era considerado um costume bárbaro.
E passa-se pelas guerras, pelo comércio. Centenas de estátuas sem cabeças e cabeças de estátuas sem os corpos, mostrando o que esses objetos passaram ate chegarem aqui. Muitos foram vandalizados nas guerras de conquistas entre eles, saques, piratarias. Essa região possuía muitas minas de mármore e os artistas eram muitos e talentosos. Passa-se pelo período de ouro de Atenas, a era de Péricles ate o declínio após as guerras contra Esparta...
Atravessam-se diversas salas com arte romana. Eles trouxeram paredes inteiras de vilas romanas soterradas pelo Vesúvio próximas a Pompéia, descobertas em escavações. Não são réplicas. São as paredes originais mesmo. Mostra-se o luxo de Roma onde os patrícios, imperadores e suas mulheres usavam sedas da Ásia, pérolas da Britânia, âmbar, esmeraldas, safiras e diamantes. Tudo trazido dos lugares dominados pelos romanos nas suas conquistas pelo mundo.
Atravessam-se diversas salas com arte romana. Eles trouxeram paredes inteiras de vilas romanas soterradas pelo Vesúvio próximas a Pompéia, descobertas em escavações. Não são réplicas. São as paredes originais mesmo. Mostra-se o luxo de Roma onde os patrícios, imperadores e suas mulheres usavam sedas da Ásia, pérolas da Britânia, âmbar, esmeraldas, safiras e diamantes. Tudo trazido dos lugares dominados pelos romanos nas suas conquistas pelo mundo.
Além das salas, que já são grandes, há diversos salões gigantes, com tetos altíssimos, abóbadas, corredores larguíssimos, colunas e centenas de estatuas de mármores. Depois entra-se na parte da arte da Oceania onde há predomínio de objetos menos nobres como madeira, palha e fibras com máscaras de rituais religiosos e ídolos de ferro. Depois tem a parte da arte pré-colombiana, com muito ouro e prata do Peru e México antes da conquista pelos espanhóis. Mas eu não sou tão fã dessa parte como da Grécia e Roma.
Tem a parte da arte africana, com os deuses antigos, tudo muito rústico, mas cheio de simbolismo. Passa-se pela parte da arte medieval que é um escândalo. Centenas de estátuas e tapeçarias, imagens de papas, santos, histórias clássicas, retratadas como as lendas gregas. Também há a parte da arte do barroco e do renascimento italiano. Fantásticas esculturas de bronze. Tantas que não se sabe para onde olhar.
Os meus pés, a essa altura, estavam me matando e já estava com fome e ainda não tinha chegado à metade do primeiro andar. Menos de 1/4 do museu. O estômago e os pés mandaram que eu descansasse e almoçasse lá mesmo no MET. Foi uma pausa necessária e providencial para seguir a viagem.
Tinha uma exposição especial (essa parte não dava para fotografar mesmo sem flash) "Esculturas de Bronze da França - Da Renascença à Revolução". Um absurdo de linda. Como podem esses artistas fazerem coisas tão perfeitas assim, os detalhes são incríveis. Não tem palavras para descrever.
Tinha uma parte enorme separada com tetos e paredes de vidros de onde se via o céu e o próprio Central Park, com estatuas de Rodin, como Os Burgueses de Calais. Não são reproduções, mas cópias dos originais feitas e numeradas pelos próprio artistas. Os Burgueses de Calais (a estátua e o fato que a inspirou) tem uma história muito interessante. O original está na cidade de Calais, na França, que não conheci, mas vi uma versão no museu Rodin em Paris e uma outra que fica no parque ao lado do Parlamento em Londres. E vi também quando eles expuseram em São Paulo as obras de Rodin.
Nesse grande salão de esculturas tem muitas outras estátuas de bronze e mármore como o Hércules Arqueiro, de Antoine Bourdelle. Vi uma das cópias na Recoleta, em Buenos Aires, outra cópia no Museu D`Orsay de Paris e a estátua original no próprio Museu Bordelle, em Paris, na casa onde o artista viveu.
Há uma ala imensa com pinturas de El Greco, Goya, Velásquez, Ingres, Van Gogh, Chagal, Picasso, Matisse, Gauguin..... O que é aquilo???Todas as pessoas tinham que conhecer isso!!!
Há dezenas de salas de arte decorativa, o que não dá para imaginar o que é. São simplesmente salas inteiras como elas eram nos séculos 18 e 19. Inteirinhas com mobiliário, tapetes, lustres, pisos, paredes, objetos decorativos, espelhos enormes. As salas são totalmente originais com as histórias todas contadinhas. Nem dá para a pessoa andar por dentro dela direito, pois é tudo original. Tem sofás, camas, cadeiras. Tudo!!!
Meu amigo Beto, que adora espadas de samurais, iria ficar encantado com uma ala inteira dedicada a arte medieval japonesa. Tem dezenas e dezenas de espadas de metais ou marfim e armaduras e máscaras de samurais e shoguns com os cavalos inteiros e tudo. Tudo explicado com as histórias das dinastias japonesas.
E, logicamente, dezenas de armaduras medievais europeias que pertenceram de fato, na Idade Media, a vários reis, duques e nobres cavaleiros da França, Inglaterra e Alemanha. Tem um conjunto inteiro de cavalos com armaduras e seus cavaleiros com trajes completos de ferro.
Saindo dessa primeira ala do térreo, pode-se entrar na segunda ala do museu que é a ala egípcia. Simplesmente maravilhosa. Sarcófagos, pinturas, papiros, tumbas inteiras, milhares de estátuas de deuses e deusas egípcios, de nobres de todas as épocas até da época em que o Egito foi dominado por Roma...Uma coisa que não acabava nunca. Eles têm o Templo de Dendur, que e um tempo inteiro trazido do Egito antes da represa de Assuam cobri-lo pelas águas. É o museu que tem mais objetos do Egito após o museu do Cairo.
Vou parar por aqui mas preciso antes dizer que após sair do Metropolitan passei horas preciosas no Central Park. Mas isso fica para depois.
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