Seguimos
de metrô até o Montmartre, passeamos pelas ruas do bairro mais artístico de
Paris onde há dezenas de excelentes pintores fazendo belos quadros ao vivo e
desenhando os turistas. A qualidade do trabalho é excepcional e dificilmente se
vê tanta gente talentosa por metro quadrado. Ficam todos numa praça cheia de
turistas ao lado da Igreja do Sacre Coeur. Depois fomos à própria Igreja que é
linda e tem uma história interessantíssima, e que fica no alto e em frente a
uma imensa escadaria. É um dos lugares mais altos de Paris e onde se pode
apreciar a cidade que se espalha lá embaixo.
Perto
dali fica o Pigale que é onde está localizado o famoso Moulin Rouge e onde se
concentram as maiores sex shops da cidade. Exploramos as maiores. Um ambiente que
cheira a sexo e a decadência. Não recomendo uma visita noturna apesar de que em
1995 e em 1998 eu já havia estado lá à noite.
Felizmente, há tantos museus esplêndidos
aqui com tantas maravilhas que mesmo num dia de chuva há muito para se fazer.
Nesta viagem tenho descoberto lugares novos que não conhecia e retornado a
outros.
Conheci um museu
incrível que nem sabia que existia e que fica ao lado do apartamento onde
estou: o l’Orangerie. Localizado no final do Jardim das Toulherias e em frente
da Place de la Concorde, reúne um acervo magnífico das famosas Nymphéas de
Monet. São pinturas imensas, que ocupam duas enormes salas e que mostram a
série do artista que foi o papa do Impressionismo, pintadas originalmente em
seu jardim em Giverny, perto de Paris. Se não bastassem essas obras, o museu ainda
reúne um formidável acervo de Picasso, Matisse, Renoir, Cezáne, Modigliane,
Toulouse-Loutrec e muito mais. Um delírio, além do fato de que o prédio tem uma
arquitetura interna muito moderna, contrastando com a estrutura clássica
exterior bem adequada ao conjunto da praça em que fica localizado.
Depois voltei ao Museu d’Orsay que já
conhecia da minha viagem anterior e a que nunca é demais retornar. Talvez esse
seja o meu museu favorito no mundo. Só a sua estrutura é deslumbrante que
abrigou uma antiga estação de trem, a organização das obras em três níveis
diferentes com um grande espaço aberto onde se pode caminhar entre elas e a
exuberância do acervo. Pena que chegamos faltando duas horas para fechar. Dá
até certa raiva por Paris ter tantas obras de arte e tantos museus. Nunca se
pode apreciar o suficiente. E olhe que nem falei do Louvre, pois não creio que
vá visita-lo nesta viagem, pois já fui três vezes nele nos anos anteriores em
que estive aqui. E ele é grande demais.
Passeamos em volta do Sena, cruzamos
alguma pontes charmosas como a famosa Alexandre III em frente da Esplanada dos
Inválidos e uma que não lembro o nome, mas que é cheia de cadeados com nomes de
casais de namorados, exatamente como uma que vi em Colônia.
No final da tarde, já anoitecendo
testemunhamos uma cena rara. Na Praça Chatelet, uma multidão se concentrava em
frente a um prédio com guardas fardados fechando as várias ruas em frente,
televisões e jornalistas se agrupavam. Era a cerimônia da entrega do César, o
Oscar do cinema francês. Tiramos algumas fotos e ficamos um tempo para ver se
reconhecíamos algum artista famoso, mas era muita gente em volta e não dava
para ver direito, além de que vários carros chegavam o tempo todo com artistas
mais conhecidos do cinema francês.
O dia continuou a ser uma
réplica chuvosa do anterior, mas foi mais dedicado a compras de encomendas.
Passeio pela Avenida da Ópera, pelo Boulevard dos Capuchinhos e pela Champs Elisse. Um almoço delicioso num discreto
e baratíssimo restaurante oriental na própria avenida Champs Elisee, escondido
dentro de uma galeria e acessível aos conhecedores e com uma variedade de
pratos pelos quais pagamos apenas 17 euros cada um incluindo gorjeta e café.
1 comment:
Adorei todos os posts. E que fotos bem tiradas! Coisa de profissional?
Se um dia eu perder o medo de atravessar o Atlântico, vou querer dicas. Até lá, seus relatos me locupletam.
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