Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Nat King Cole, Maurice Chevalier, e muita gente boa, canta I Love Paris, de Cole Porter, nos acostumando a ouvir: “Eu amo Paris na primavera\Eu amo Paris no outono\Eu amo Paris no inverno quando neva\eu amo Paris no verão quando faz muito calor”. (I love Paris in the springtime.\I love Paris in the fall.\I love Paris in the winter when it drizzles,\I love Paris in the summer when it sizzles).
E então se convencionou que Paris deve ser amada em todos os momentos, não importa se chova cântaros ou caia neve ou se o céu é de um cinzento sujo e de nuvens pesadas. Só que a mesma canção diz na estrofe seguinte: “Eu amo Paris todos os momentos do ano\por queque eu amo Paris?\Porque o meu amor esta lá perto” (I love Paris every moment,\ Every moment of the year.\Because my love is near).
Então a coisa não é assim tão incondicional. Dá pra amar a cidade em todos os momentos, mas só se seu amor estiver perto. Deve ser por isso que ela é a cidade mais romântica do mundo. Mas, sob chuva, tenha paciência. É uma contradição uma cidade linda como essa ficar encharcada, um lugar tão cheio de arte, palácios, museus, monumentos, parques magníficos e a gente ter que se molhar todo, ficar coberto de agasalhos, com meias úmidas, o vento gelado dos bulevares atravessando a lã do gorro, das luvas, do cachecol... e o mar de turistas com guarda-chuvas e os africanos vendendo miniaturas cor de rosa da Torre Eiffel que piscam como arvorezinhas de Natal...e chineses ou japoneses em bandos invadindo tudo...
I Love Paris debaixo de um guarda-chuvas...
De certo modo perdoo os insuportáveis parisienses pelo seu eterno mau humor, afinal a cidade mais linda do mundo, a deles, nunca poderá ser só deles, pois está sempre invadida por hordas de turistas. E Paris passou por muitos traumas com invasões no passado. Stendhal dizia: o parisiense é um italiano em crise de mau humor.
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