26.5.13



Nada mais adequado do que assistir ao novo filme da franquia Star Trek em pleno dia 25 de maio, Dia Internacional do Orgulho Nerd, mesmo porque os nerds são, e felizmente não apenas eles, fãs de carteirinha, aficionados pela turma da Enterprise e Cia.

Então bati meu ponto no Cine Glauber Rocha e me vi com aqueles insuportáveis óculos 3D. E aqui vou repetir até que me provem o contrário: detesto filmes 3D. Até hoje nunca vi um cujas qualidades do 3D superassem seus defeitos. Eles, invariavelmente, ficam mais artificiais e escuros, meio nublados como se houvesse uma tela de filó sobre a tela do cinema e a tal profundidade de campo para mim não acrescenta lhufas. Mas que jeito? Todas as sessões eram com o maldito 3D!


Tirando esse efeito artificial, o filme tem inúmeras qualidades e eu, como trekker (sem carteirinha ou patente da Federação), fiquei fascinado com o roteiro, os diálogos e as cenas de ação, explosões e tensão e duplamente feliz ao saber que Kirk e seus amigos tiraram da liderança das bilheterias dos cinemas americanos, O Homem de Ferro 3, ao qual não assisti pois acho ridículos todos esses Homens de Ferro ou de Aço com seus uniformes collants coloridos, super armaduras, teias e corpos esverdeados).

O novo Star Trek repetiu a bilheteria da estreia do filme anterior de 2009 com arrecadação de mais de 70 milhões de dólares. Estas são boas notícias, pois a série sempre gerou muito mais paixão do que dinheiro. Dá um salto e avança do Cult para o Blockbuster sem perder a velha aura. Isso não é pouco!


Nessa nova missão vemos, inicialmente, numa espécie de aventura-prólogo do filme que se segue, como o capitão Kirk (Chris Pine) acaba perdendo o comando da Enterprise ao desobedecer a regra número 1 da frota estelar para salvar o amigo Spock (Zachary Quinto) da morte dentro de um vulcão em erupção.

Esse é apenas o começo da série de percalços que os oficiais da Enterprise enfrentarão até encontrar um vilão dos mais cascas grossas: John Harrison (Benedict Cumberbatch), cuja identidade real será revelada mais adiante no filme e que os verdadeiros fãs da série irão lembrar de episódios da primeira série. Nada digo agora para não estragar a possível surpresa, mas, inegavelmente, ele supera o vilão do filme anterior: Nero, papel de Eric Bana. 


O filme usa o gancho da rivalidade-amizade de Kirk e Spock de modo brilhante em cenas de carinho fraternal que são prelúdios de pancadaria das boas entre vilão e heróis (e não estou falando de super-heróis).


Após ataques e explosões na Terra, Kirk persegue o vilão até um planeta do Império Klingon, que, até os rebites da Sala de Engenharia sabem, é inimigo da Federação. 
Lá estão todos os tripulantes de quem aprendemos a gostar ao longo dos anos e com espaço suficiente na trama para explorar seus talentos e não apenas atuando como figurantes de luxo.  Spock, McCoy, Chekov, Scotty, Sulu e Uhura, todos audaciosamente indo aonde ninguém jamais esteve a procura de novas vidas e novas civilizações.  


Eu, que particularmente tenho um carinho especial com a nave Enterprise — e como aqui a pobrezinha sofre —, sempre me vejo virtualmente em perigo quando ocorrem problemas no reator de dobra ou quando algum torpedo de fótons ameaça os seus escudos e tremo ao ouvir: “escudos a 40%”, sinto certo prazer sutil com frases como: “capitão na ponte”, “vida longa e próspera” e todo aquele palavreado que adornou as minhas tardes de adolescente em frente à TV imaginando o espaço: a fronteira final

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