A 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo chegou hoje ao seu final e mais uma vez marquei minha presença.
Esse foi o 10º ano seguido que frequento as salas paulistas do festival que este ano teve mais de 350 filmes à disposição dos cinéfilos espalhados por dezenas de salas de exibição pela capital paulista. Uma verdadeira orgia cinematográfica. Este ano cravei 40 filmes.
A programação de hoje foi uma experiência inesquecível. Como nos anos anteriores houve um encerramento especial ao vivo e de graça em pleno Parque do Ibirabuera com a exibição do clássico mudo do expressionismo alemão NOSFERATU, de F.W.Murnau, de 1922. Nosferatu foi a primeira adaptação para o cinema do livro Drácula, de Bram Stoker e este ano a obra completa 90 anos. A cópia exibida sofreu uma restauração especial e teve um luxuoso acompanhamento da orquestra da Petrobrás com 80 instrumentistas e coro sob a regência do maestro alemão Pierre Oser que criou a partitura que acompanhou a exibição do filme especialmente para a obra em 2012 em homenagem ao centenário da morte de Bram Stoker, autor de Drácula, romance no qual o filme foi inspirado. Foi uma apresentação especial porque foi a segunda vez que a trilha foi exibida no mundo, composta para coral, percussão e orquestra de cordas. A primeira vez foi na Indonésia e a segunda aqui em São Paulo.
Foi realmente uma experiência especial e única estar sentado em frente ao auditório do Ibirapuera num gramado cercado de centenas de cinéfilos e amantes da Mostra de Cinema de São Paulo. O gramado inteiro foi tomado por jovens e adultos, casais e grupos de amigos que se reuniram para durante 94 minutos desfrutar de um privilégio único. Um clima de profundo respeito e ao mesmo tempo de congraçamento envolveu a todos na noite que desceu fria sobre a cidade que nesta semana bateu todos os recordes de calor da sua história. O obelisco do Ibirapuera era a única coisa iluminada além da tela onde o filme era exibido. Vez por outra eu olhava para os lados e juntamente com meus seis queridos amigos paulistas que me acompanharam na experiência eu via centenas de admiradores da 7ª arte deitados, lado a lado, sob o céu nublado da capital paulista. Uma experiência que estou certo de jamais esquecer.
Além do ato final luxuoso com Nosferatu no Ibirapuera, dezenas de eventos paralelos, debates, shows, festas, premiação e o encontro festivo de milhares de pessoas nas imensas filas que se formavam nas portas dos cinemas foram a marca da Mostra. Gente correndo de uma sala para outra para tentar pegar uma sessão aguardada, decepções com alguns filmes muito esperados, alguns poucos atrasos nas exibições ou problemas com ar condicionado ou legendagem, mudanças de programação em cima da hora com substituição de alguns filmes...tudo coisa que sempre acontece. No mais a Mostra foi a maravilha de sempre. Comentei no post anterior sobre os primeiros 17 filmes a que assisti. Agora falo dos demais.
NUM LUGAR CONHECIDO – Uma produção Canadense e um filme estranho como os filmes estranhos dos irmãos Coen. Uma história arrastada de um casal de irmãos meio lerdos que não se sabe porque, não se adequam ao mundo das pessoas produtivas e racionais. A moça vive com um marido que a trata bem e o irmão com o pai meio doente, mas ainda bastante ativo e produtivo. Um bando de gente estranha que tem atitudes esquisitas e um homem que vem do futuro para anunciar uma tragédia...é coisa de filme experimental ou algo assim. Não ganhei nada assistindo.
PAUL BOWLES -A PORTA DA JAULA ESTÁ SEMPRE ABERTA – Um documentário da Suiça que me agradou muitíssimo pois desde que assisti ao filme O Céu que Nos Protege, de Bernardo Bertolucci me interessei muito pela vida do autor do livro, Paul Bowles, um escritor e músico americano extremamente talentoso e que morreu em 1999. Ele foi um artista de enorme carisma que influenciou muita gente boa que o visitou quando ele se mudou para Tanger no Marrocos em 1949. Por lá apareceram gente como Tennessee Williams, Truman Capote, Jack Kerouac, Alan Ginsberg e William Burroughs. Homossexual assumido, casou-se com a escritora lésbica Jane Bowles. Ambos eram muito diferentes, mas construíram um mundo só deles. Foram percussores dos hippies e dos beatniks e o documentário foi muito feliz em conseguir uma das últimas entrevistas do próprio Bowles já muito velho e doente mas muito lúcido e de gente que conviveu com ele e a esposa como Gore Vidal, Bertolucci, Edmund Willson e um sem número de biógrafos e amigos. Com muitas fotografias interessantes, só lamentei a sala estar com pouca gente pois poucos sabem quem foi esse homem genial e fantástico que foi Paul Bowles.
25\11-O DIA EM QUE MISHIMA ESCOLHEU SEU DESTINO – Um docudrama japonês bem acadêmico e pouco inspirado sobre o escritor japonês Yukio Mishima, um homem extremamente polêmico e escritor de sucesso cotado para o prêmio Nobel e tudo que no dia 25 de novembro de 1970 cometeu suicídio ritual abrindo a barriga com uma faca no quartel-general do exército japonês em Tóquio. Gosto muito dos livros de Mishima, principalmente Cores Proibidas, que li recentemente e a história dele é muito interessante, mas o filme não está à altura da história. Pena que não segui o conselho do crítico da folha e deixei de ver o filme já que a película se foca demais em fatos restritos da vida de Mishima se concentrando burocraticamente na questão da fixação do escritor pela honra do Japão e a restauração do poder do imperador após a segunda guerra mundial. A sua assumida homossexualidade sequer é tocada no filme como se não fosse algo relevante. E todos que conhecem a sua história sabem que é um ponto crucial da sua estética.
MELHOR NÃO FALAR DE CERTAS COISAS – Um bom filme do Equador, país que tem tido pouco espaço nos cinemas que conta a história de dois irmãos, Paco e Luis, que vivem vidas desregradas com consumo de álcool e drogas. Após uma briga trágica que envolve a morte de um parente e o roubo de um objeto valioso as vidas de ambos seguem numa espiral de decadência e violência que anuncia um final ainda mais trágico. Mas há um final diferente do que se esperava e essa chave é a grande chave do filme que sem ser panfletário serve como uma denúncia sobre a política com que temos que conviver, seja no Equador seja em qualquer lugar e nesse ponto um filme universal. Gostei bastante.
LAWRENCE ANYWAYS – Se gostei do filme acima, desse aqui que eu esperava muito mais eu gostei bem menos, pois é o terceiro filme de Xavier Dolan, um diretor muito jovem, de apenas 23 anos e que nas suas duas películas anteriores, as duas primeiras, fez trabalhos elogiadíssimos. Eu Matei a Minha Mãe e Amores Imaginários. Adoro os dois filmes dele com uma estética bastante exagerada, coloridíssimos, kitsch, com uma marca própria nas câmeras lentíssimas e nas trilhas sonoras marcantes. Aqui achei que ele se repetiu nos seus mesmos truques e fetiches contando uma história longuíssima, que mereceria ter ao menos 40 minutos a menos. Um homem nos anos 90 decide manter um relacionamento com a mulher apesar de decidir trocar de sexo. Fora dos padrões como Dolan gosta, mas achei que a massa do bolo desandou. Pontos fortes nas cenas que ele mais sabe fazer, mas não funcionou 100% . A atriz Suzanne Clément estava na apresentação do filme para a plateia. Ela ganhou o prêmio de melhor atriz na mostra Um Certain Regard do Festival de Cannes e o filme levou o prêmio de melhor filme canadense no Festival de Toronto. Acho que não deve ter havido muitos concorrentes canadenses melhores....Ou será que eu estou de má vontade porque assisti ao filme na sala do cinema Reserva Cultural, na Avenida Paulista e na porta do cinema havia um trio elétrico com os petistas que ganharam a prefeitura paulista comemorando a vitória de Fernando Haddad....e me vi cercado de militantes....mas desconfio que não, não seria tão influenciável assim. O filme não é uma coca cola nem uma Brastemp como os dois anteriores de Dolan.
SATELLITE BOY - Filme australiano de que gostei que conta uma história de um rito de passagem de um garoto aborígene da infância para a fase adulta enquando empreende com um amigo também criança uma viagem pelas terras desérticas australianas em busca de uma mãe e a salvação da terra do avô ameaçada por uma mineradora inescrupulosa. A ideia é ao mesmo tempo encontrar a mãe e resgatar um antigo cinema abandonado. Um road movie de bicicleta e à pé pelos desertos da Austrália. Um bom filme. Um final redentor e lírico.
SOMBRA DO MAR – Como o filme anterior, da Austrália, esse que é dos Emirados Árabe também conta uma história de amadurecimento e passagem da adolescência para a fase adulta de dois jovens que vivem numa pequena comunidade à beira-mar nos Emirados Árabes. Aqui um rapaz, Mansour, um belo adolescente se apaixona por uma outra adolescente mas enfrenta as dificuldades das limitações financeiras, religiosas, as tradições e convenções. Um final belo como uma libertação dolorosa de um jovem que tem que aprender a sofrer para crescer. Mas a vida adulta também oferece seus encantos.
A COLEÇÃO INVISÍVEL – Um filme brasileiro com atores baianos. Ele se passa parte em salvador e parte na cidade do sul da Bahia, Itajuípe e tem no elenco Walmor Chagas, sempre excelente e vários atores baianos com destaque para Vladimir Brichta que tem, certamente, muitas limitações como ator reveladas na tela grande, mas até que ele se esforça e não se sai muito mal. Ele interpreta um jovem que busca resolver a crise financeira da família que tem um antiquário semi falido e parte em busca de gravuras raras que seu pai vendera a um cacauicultor. Também no elenco o ator baiano Frank Menezes, sempre bom, aqui bastante econômico e contido na sua habitual verve cômica num papel de um taxista. O filme mostra a decadência da outrora rica e opulenta cacauicultura do sul da Bahia. Inspirado em um conto de Stepnah Zweig.
OUTRAGE: BEYOND – Um filme com a marca do japonês Takeshi Kitano. Aqui, como sempre, ele é o autor do roteiro, diretor e ator principal. Narra a disputa pelo poder entre famílias de mafiosos japoneses enquanto um detetive articula uma repressão forte e estimula os conflitos e as mortes dos mafiosos. Muita violência e morte, mas bastante estilizada, no estilo dos filmes que marcaram a carreira do diretor Kitano. O excesso de diálogos e muitos personagens com complicados nomes japoneses confundem. Um final abrupto demais.
RUA DA REDENÇÃO – Filme sérvio que me impressionou positivamente. O ator principal e também produtor estava na sala para apresentar a película. Conta a história de um procurador bastante jovem e idealista que coordena uma investigação de crimes de guerra nos Bálcãs. Ele vai se defrontar com um perigoso grupo paramilitar que atuou no extermínio e limpeza étnica na Croácia, Bósnia e Kosovo. Ele desconfia que um dos líderes do grupo que foi exterminado, ainda está vivo e quer leva-lo a julgamento. Até que o encontro com um homem misterioso muda todas as suas certezas e convicções e o desafia a um encontro com seus valores e sua coragem. Um final à altura dos tempos atuais de julgamento de mensalão.
A HORDA – Filme russo que se passa no século 14 quando quase metade da Ásia e Europa são dominadas pelos mongóis, um fato pouco conhecido. A história gira em torno da sucessão ao trono do império chamado Horda de Ouro. Um líder é morto após o outro e a Europa e principalmente Moscou e os estados papais temem um iminente ataque dos cruéis guerreiros mongóis. Gostei porque mostra fatos históricos que eu desconhecia, mas é um filme escuro e excessivamente sujo, focado em tramas internas das sucessões. Os atores russos têm uma linha de interpretação bastante diferente e à qual não estou acostumado e por isso um estranhamento é compreensível.
PARA ELISE – Mais um filme da Alemanha. Acho que os filmes que mais vi nessa Mostra foram alemães. Este aqui é excelente e mostra a angústia da adolescente Elise, de apenas 15 anos, após a morte do pai quando ela fica com uma mãe, uma baladeira que está sempre com aluguel e contas atrasadas e enchendo a cara e chegando bêbada e dando festas em casa. A mãe de Elise está sempre buscando novos homens e se decepcionando com eles e se embriagando e cabe à menina, que já sofre com a morte do pai e os problemas na escola, ajudar a carregar a mãe bêbada para a cama. De uma hora para outra parece que a menina é que tem que ser a adulta e a mãe a dependente. Até que a mãe conhece um homem espetacular que pelo jeito se interessa mais pela garota do que por ela. Os conflitos que já existiam se acirram ainda mais pois Elise quer o amor do homem mais velho como se fosse um substituto do pai e compete com a mãe por ele. Em determinado ponto isso tudo vai explodir quando a sexualidade inexistente na moça se defrontar com o inevitável desejo não desperto do homem que até então a via como uma espécie de filha que precisava de ajuda. Um final com um tanto de esperança apesar de tudo. Bela trilha sonora.
PEDAÇOS DE MIM – Um filme francês pelo qual eu não apostava muito, mas me agradou. A história de uma família com um pai omisso, uma mãe dominadora e uma filha adolescente despertando para a vida sexual. A moça passa todo o tempo filmando tudo. Tem 4 amigos meio perturbados que vivem cometendo pequenos delitos e com quem ela se diverte bastante fugindo do regime forte da própria casa. Há uma descoberta da sexualidade, há a volta da irmã que fugiu de casa e retorna casada e grávida e uma tentativa da moça mais jovem de encontrar um caminho próprio para si no meio de um ambiente hostil. Um rito de passagem com final que mostra a escolha da moça por um mundo de novas descobertas.
A CAÇA – Um dos filmes mais badalados da Mostra, todas as sessões lotadas e para conseguir comprar o ingresso tive que chegar muito cedo ao cinema e ficar numa fila. É o último filme do diretor dinamarquês Thomas Vinterberg, companheiro de Lars von Trier no famoso movimento Dogma. Uma história muito bem narrada que mostra uma pequena e próspera comunidade dinamarquesa abalada com uma denúncia falsa de uma menina de que foi abusada por um professor. De repente a vida do homem que era pacata e bem estruturada se transforma num inferno e uma histeria coletiva toma conta dos seus antigos colegas e amigos. Sua família acaba sendo envolvida e o homem, além de ser preso, vai ter que lutar pela sua inocência e recuperar sua dignidade. Uma história muito bem elaborada, mas me lembrou o bom documentário Na Captura dos Friedmans, que trata do mesmo tema. Mas aqui, o dinamarquês foi melhor até porque é uma ficção e não um documentário.
UM ATO DE CARIDADE – Um daqueles ótimos filmes iranianos. Um casal sai pelas estradas semi desertas e montanhas geladas do Irã distribuindo aos pobres sacos cheios com milhões de notas em dinheiro vivo. Eles são educados e elegantes, o homem está com o braço engessado. A gente não sabe qual o objetivo daquela jornada aparentemente caridosa e quais os métodos e interesses deles mas o que parecia ser apenas um ato de caridade se revela aos poucos um perigoso jogo em que valores éticos e morais estão em jogo. Um filme estranho e que não sai na minha cabeça até hoje. Muitas camadas de interpretação e muitas perguntas sem resposta. Atordoante e impressionante.
KILL ME - Uma produção da França, Alemanha e Suiça que mostra uma moça adolescente que tenta há tempos se matar mas não consegue se atirar de um precipício para se livrar de uma vida medíocre em que mora com os pais frios e insensíveis e onde ela apenas trabalha como uma empregada. A solução para seus problemas aparece na figura de um homem que foge da prisão e se esconde no celeiro da fazenda dos seus pais. Ela aceita ajudá-lo na fuga mas em troca em tem que mata-la. O homem aceita a proposta e a partir dali veremos uma fuga dos dois pelas montanhas e florestas para chegar em Marselha onde ele pretende fugir num navio para a África. Como eu imaginava ao ler a sinopse, nessa jornada a moça e o prisioneiro vão descobrir muitas coisas e reavaliar várias das suas escolhas. Um filme que mostra um lado humano muito bonito.
ALÉM DAS MONTANHAS – Uma produção da Romênia, França e Bélgica que lotou todas as salas. O filme levou a Palma de melhor roteiro para o diretor Cristian Mungiu e as duas atrizes protagonistas (Cristina Flutur e Cosmina Stratan) dividiram o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. Aliás, o diretor romeno já havia ganho a Palma de Ouro pelo seu filme de estreia: "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias". Aqui ele conta a história de Alina, uma órfã romena que volta da Alemanha para ficar com a amiga que é a única pessoa que já amou e por quem foi amada. Mas a amiga está voltada para Deus pois se tornou freira num mosteiro ortodoxo nas montanhas e Aline descobre que competir com Deus é muito difícil. Há uma crítica ao modelo religioso ortodoxo e uma encruzilhada impossível de transpor na vida de Alina que levará a um desfecho terrível.
UM ALGUÉM APAIXONADO – Uma grande decepção que eu não esperava para um filme de um diretor do qual sou fã: Abbas Kiarostami que já dirigiu obras primas como Através das Oliveiras, Onde Fica a Casa do Meu Amigo, O Vento nos Levará e Dez, e já levou até a Palma de Ouro em Cannes por Gosto de Cereja e também o Leão de Ouro em Berlim. O que ele tinha de delicado nos filmes anteriores aqui é apenas burocrático com a história de um velho e uma prostituta. Nada acontece e nada se desenvolve. Apenas diálogos fúteis, dramas esquemáticos e personagens mais esquemáticos ainda. Um final ridículo.
MYSTERY- Um filme coproduzido pela China e França que mostra um homem que tem duas famílias e ainda trai as duas mulheres com uma amante. Essa moça morre poucas horas depois que as duas mulheres veem o homem sair com ela de um hotel. As circunstancias estranhíssimas dessa morte violenta em um atropelamento mais estranho e violento ainda vai ser investigado pelo chefe de polícia. Para ocultar esse crime há uma verdadeira rede de acobertamento. Muito bom e com final bastante coerente. Um filme que merecia uma refilmagem com um elenco mais ocidental pois a trama é bem urdida e a única coisa que incomoda é ser chinês com um tema que é universal. Dá vontade de vê-lo com atores americanos. Será que estou sendo muito etnocêntrico? Acho que não, é que estamos acostumados a ver filmes chineses com temática chinesa. Com essa temática universal fica estranho ver um filme assim falado em chinês.
HOT HOT HOT – Um dos filmes mais engraçados, senão o mais engraçado que vi na Mostra. Foi até aplaudido no final. O primeiro filme que vi de Luxemburgo, mas estranhamente é dublado em alemão o que fica estranho pois parece que é falado em inglês originalmente. Um daqueles filmes meio maluquinhos sobre pessoas estranhas. Conta a história de Ferdinand, um virgem de mais de 40 anos, introspectivo e cheio de manias e cuja vida é unicamente dedicada aos peixes do aquário em que trabalha. Sua vida dá uma reviravolta quando tem que trabalhar em um centro aquático novo em que funciona um spa cheio de saunas turco finlandesas. A nudez natural naquele ambiente choca Ferdinand que é pudico ao extremo. Mas não é que o danado acaba se dando bem e sua vida aos poucos dá uma reviravolta. Destaque para a trilha sonora repleta de óperas, jazz e belas e velhas canções que Ferdinand seleciona para tocar no spa e que encanta os clientes e os expectadores do filme. Um filme lindinho e que lava a alma.
No comments:
Post a Comment