A versão de Hollywood tem
direção de Antoine Fuquae e Jake Gyllenhaal como protagonista, um policial
obrigado a atender ligações de emergência enquanto aguarda o julgamento por uma
grave falta. Na véspera da sessão que irá julgá-lo, ele atende a ligação de uma
mulher que pede socorro. Todo o filme decorre durante esta chamada,
interrompida e retomada, num crescendo gigantesco de tensão.
Antoine Fuqua é um diretor irregular amante do clichê e conhecido pela falta de sutileza e de refinamento narrativo, vide o seu fraquíssimo Rei Arthur e o previsível Nocaute, este último com o mesmo Gyllenhaal, aqui ligado no modo turbo de atuação, fazendo o oposto do que aconselhava um dos maiores atores de todos os tempos: Marlon Brando, para quem um ator deveria sempre dar 50% da sua atuação máxima. Gyllenhaal não seguiu esses conselhos e tem uma interpretação de exagero constrangedor.
O Culpado põe o ator em
conflitos adicionais e dá-lhe uma muleta na forma de uma bombinha para asma que
não estão no original simplesmente porque desnecessários. A inserção no ramake das cenas de incêndio nas florestas da Califórnia são mais um recurso dramático que foge do original. São inserções legítimas mas também são dispensáveis e só estão ali para distrair. As cenas em que
Gyllenhaal exerce seu histrionismo no banheiro, com direito até a vômito,
deveriam estar num eventual “Manual de Canastrice”.
A frase da supervisora do protagonista quase no fim do remake acrescentou uma ruindade que extrapolou meu nível de cortisol: “Broken people save broken people”. O sentimento é que alguém me serviu um prato não apenas requentado e já mastigado mas, não confiando na minha capacidade, aproveitou para digeri-lo para mim.
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