10.3.12

Tom Boy


Para quem não sabe, Tom Boy é uma expressão em inglês que pode ser usada para ambos os sexos e que seria como moleque/moleca. 

Esse filme francês conta com extrema delicadeza a história da Laure que, com dez anos, é uma menina com problemas de relacionamento. Quando seus amorosos pais se mudam para outro bairro de Paris, ela é confundida com um garoto pela forma como se veste e o corte de cabelo à La garçon (como dizem os franceses) e decide tirar proveito disso passando-se por Michael, fazendo amizade com os novos vizinhos, integrando-se àquele grupo divertido e unido e aproximando-se afetivamente a uma garota da vizinhança.


Mas dá pra prever que aquela farsa não vai durar muito, pois as férias da garotada estão acabando, junto com as partidas de futebol, os passeios e toda a diversão. As aulas vão começar e todos vão saber que Michael é Laure. 

Então, acompanhamos o desenrolar de uma tensão crescente e fica claro que a narrativa leve e idílica vai desembocar em algum drama. E é exatamente aí que a diretora francesa Céline Sciamma apresenta sua delicadeza, mostrando a divertidíssima relação de Laure com sua irmã caçula Jeanne e como a família e os vizinhos lidam com a questão.

O filme faz lembrar o filme belga Minha Vida em Cor-de-rosa quando os papéis eram invertidos e era um garoto que queria ser garota, mas aqui Tom Boy deixa margem à interpretação da platéia e não entrega tudo mastigado. O filme venceu o prêmio do público do último Festival Mix Brasil, em São Paulo e o Teddy Bear no Festival de Berlim - prêmio dedicado a produções de temática gay. Um belo exemplo de como o cinema pode ser útil na discussão sobre as questões de gênero e identidade.

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