7.3.12

Dois Coelhos

     Não me lembro de ter visto um filme brasileiro tão cheio de tramas, reviravoltas, perseguições como este. E olhe que assisti a Tropa de Elite 1 e 2 e gostei muito das duas películas, mas aqui em Dois Coelhos o diretor Afonso Poyart, um estreante na tela grande, mas já parece um veterano, leva o filme na unha já que também é o produtor e fez a montagem. 

      O filme tem um elenco muito bom com mérito de ser preparado pela já mítica Fátima Toledo, polêmica preparadora de elenco responsável por extrair preciosidades de atores em filmes como Tropa de Elite, Cidade de Deus, Céu de Suely, Cidade Baixa, Central do Brasil e inúmeros outros.

    Aqui talvez pelo dedo de Fátima Toledo, podemos ver o ator Fernando Alves Pinto, protagonista, sem as suas tradicionais afetações vistas em filmes anteriores como em Terra Estrangeira, Árido Movie, Nosso Lar e Tônica Dominante. Aqui o rapaz tá na rédea curta e isso é muito bom. Não aguentava mais seus trejeitos. Alguém precisava ensinar a ele que no cinema menos é mais.

       O filme é uma pequena pérola, uma brisa refrescante no meio de uma produção nacional que parece mais feita para estudos acadêmicos ou para caçar níqueis, pois foi nisso que o cinema brasileiro se transformou com raras e honrosas exceções. Aqui vemos um roteiro complexo, uma narrativa bem feita que teria tudo para descambar numa mixórdia de explosões e tiroteios, mas tudo se explica no final, e para isso é bom prestar bastante atenção ao filme, pois a trama é complicada mas fascinante.

         Parabéns extras à sonoplastia vibrante e à equipe de pós-produção que adiciona ao filme elementos gráficos que o associam à linguagem das pichações de rua, adequadas ao ritmo acelerado e ao universo marginal em que transitam os personagens. Impossível não lembrar bons momentos de filmes de Quentin Tarantino, Christopher Nolan e Guy Richie. 

       Um filme para espantar o sono.

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