O
elenco é de primeira: Rosamund Pike (eterna Garota Exemplar) como a
protagonista/vilã, o que é a sua zona de conforto, e Peter Dinklage (eterno Tyrion
Lannister) como anti-herói de caráter suspeito, que é a sua praia também,
convenhamos. E no em meio dessa guerra de titãs temos Dianne Wiest, coadjuvante
de luxo que poderia ser mais aproveitada com a personagem com mais nuances e
menos caricaturas.
A
arapuca do filme está justamente no momento em que, para uma solução do
roteiro, a personagem de West dá uma sumida....É aí que o filme desanda e o que
seria um plot twist vira uma barriga.
Não é mais o filme que queríamos ver nem o que estávamos esperando.
Veja
bem, nada tenho contra os plot twists,
pelo contrário, se bem usados podem ser o oxigênio de um filme, mas também podem
matar a história. O filme é vendido como comédia, mas tem tantos elementos de
drama que está mais para um thriller psicológico.
O
filme me causou muito incômodo e a personagem monolítica e amoral de Rosamund
Pike chegou a me despertar nojo de tanto que fiquei perplexo com suas manobras.
Ou a atriz não conseguiu furar a casca grossa da personagem ou não se esforçou
para conseguir dar um pouco de nuance a alguém tão vil que vive de destruir
vidas e economias de velhinhos indefesos sem demonstrar qualquer arrependimento
ou empatia.
Uma
das coisas que mais abomino em qualquer filme ou livro é o recurso mais manjado
de todos os tempos: o Deus ex machina, artifício originado no teatro grego,
literalmente “deus surgido da máquina”, como solução fácil de roteiro para
terminar uma obra fugindo da responsabilidade de resolução do drama com
recursos dos conflitos internos do próprio texto. Aqui temos esse final preguiçoso.
O
filme me ganhou até a metade, me perdeu no meio e me irritou no fim.
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