O cinema argentino virou uma unanimidade por todos os motivos e com todos os méritos, inclusive com Oscar e tudo. À parte o cartaz infeliz deste filme que mostra uma vaca e dá uma idéia errada de que se trata de uma comédia (deviam matar quem escolheu esse cartaz), o filme cumpre tudo aquilo que um bom filme argentino promete a começar pelo ator Ricardo Darín, presente em 9 de cada 10 produções dos nuestros hermanos portenhos (Abutres, O Filho da Noiva, O Segredo dos Seus Olhos, Clube da Lua, Nove Rainhas…)
O filme tem um início estranhíssimo, com uma vaca literalmente despencando do céu. Essa introdução será retomada adiante numa ligação que consegue unir o bizarro e o lírico de modo extremamente original e convincente. Um erro que pode se tornar um acerto, uma busca da solidão que pode se transformar num encontro com o amor, a falta de comunicação tornando o azar em sorte.
Aqui, Darín é Roberto, um mal humorado veterano da Guerra das Malvinas que vive do trabalho para casa, recluso e cheio de manias. Uma delas é colecionar artigos estranhos publicados pelos jornais. Ele encontra por uma casualidade um chinês que não fala uma única palavra de espanhol que é roubado e atirado de um táxi em plena Buenos Aires. Eles não falam uma palavra em comum e seriam as pessoas menos indicadas para conviverem, mas, aos poucos, de um modo surpreendente, essa relação aparentemente impossível revela uma lição que mudará completamente a vida de ambos.
Um roteiro primorosos e repleto de sutilezas que faz a gente se perguntar por que no Brasil não se faz filmes assim.
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