Meu sonho sempre foi conhecer um inglês! Nelson intitulava Antônio Callado como o único inglês verdadeiro. Mas após a morte de Callado eu já havia perdido as esperanças de conhecer um inglês de verdade. Passei a acreditar que eles só existem nos livros de Agatha Christie, nas peças de Oscar Wilde ou nos filmes de James Ivory.
Pois não é que existe O Inglês Verdadeiro? Um lorde de carne e osso? Você não precisa procurá-lo em páginas de literatura cult ou no escuro dos cinemas de arte. Ele está em todos os jornais. Muitos ainda não sabem, mas Luis Inácio é, sim, o lorde perdido.
Luis Inácio é, provavelmente o filho ilegítimo de um barão bretão arruinado por intrigas palacianas com uma viscondessa celta exilada. Talvez até um príncipe herdeiro galês filho bastardo de uma condessa refém de alguma rainha malvada, deve ter sido seqüestrado por corsários e deixado incógnito, ainda criança, para ser criado no sertão de Pernambuco e acabou dando com os costados no ABC, o resto a gente sabe.
Mas o destino fez L.I. retomar suas raízes em busca do seu sangue azul aristocrático. E eu que me contentaria em ser atendido por um simples garçom inglês sou brindado com um Luis Inácio em carne e osso, ou melhor, barba e banha. É que sofri horrores nas mãos de garçons malignos, garçons demasiadamente baianos com sua baianidade exuberante, com sua desatenção indigesta, com sua incontinência interativa...o que eu não daria por um verdadeiro garçom inglês, discreto, confiável, eficiente e sobretudo fleumático...Agora tenho um presidente inglês!!!
Luis Inácio tem sido descrito pelas pessoas com quem viaja a bordo do Areolula, como um legítimo nobre inglês. Fontes importantes revelam que L.I. estaria desconectado da realidade, como um verdadeiro lorde deve ser. Dizem que L.I não discute nenhum assunto sério, como um lorde real, envolto em eflúvios alcoólicos, ele só dá atenção aos que massageiam seu ego, só se interessa por quem está disposto a ouvir seus discursos e improvisos repletos de piadinhas, chistes, anedotas ou melhor, como convém a um lorde britânico de boa cepa: blagues e boutades.
E havia quem pensava que o príncipe era FHC, mas que nobreza existe nessas três letras? L.I., sim, parece mais com um título. L.I não é 51 em romanos? Nosso nobre poderia ser chamado agora de L.I da Silva ou 51 da Silva. Tudo bem que lembra uma cachaça, mas agora que praticamente é um arquiduque, L.I. prefere mesmo o bom e envelhecido scotch escocês à caninha. Nada mais britânico. Não sabemos sobre o seu chá preferido, mas em breve veremos que é um legítimo chá inglês.
Logo mais, todos verão 51 da Silva, com paladar mais refinado pelos genes ingleses, preparando fish & chips e yorkshire puddings no lugar dos pesados churrascos do Torto. Gordura por gordura, nas três iguarias encontraremos muita banha de boi derretida. Algo que agrada a qualquer lorde que viva no país do “Fome Zero”. Alguém ainda lembra?
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