“Silêncio, por favor, /Enquanto esqueço um pouco/A dor no peito”
Paulinho da Viola
A produção é de fato bem
caprichada, com a qualidade notável da edição de som que utiliza o silêncio
opressivo para manter a tensão esticada no limite, ao ponto de qualquer som se
tornar assustador numa atmosfera pós-apocalíptica.
O único acréscimo realmente digno
de nota — o caminhozinho de areia continua ali —, é a chegada dos monstros à
Terra, mas se ficamos sabendo como eles chegaram até nós, nada se diz sobre o
porquê. Não tiro, entretanto, o mérito da sequência da queda das naves
alienígenas que lembra A Guerra dos Mundos.
Como se sabe, a família Abbott
não está mais completa após a perda do pai e marido Lee (John Krasinski). Emily
Blunt, como Evelyn Abbot, sempre excelente, carrega parte do filme nas costas e
divide a tarefa a partir de certo ponto com o casal de filhos (Millicent
Simmonds, deficiente auditiva na vida real, e Noah Jupe), dois atores juvenis
totalmente sem carisma.
O diretor, roteirista e ator dos
dois filmes, John Krasinski (esposo de Blunt na vida real), faz uma
participação pequena na sequência e a presença masculina fica a cargo de
Cillian Murphy, adicionado nesta história e que dá conta do recado, ficando à
altura do trabalho de Blunt.
A matança segue o padrão do
original sem o frescor da novidade (a morte do garotinho na ponte no primeiro
filme por causa do brinquedo barulhento é icônica). O calcanhar de Aquiles dos
monstros já estava no original e dar sequência à história sabendo que os
monstros são destrutíveis (esse era o clímax do primeiro) quebra muito do seu
vigor. Sou uma voz destoante já que o
filme recebeu 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. Para mim foi no nível
mediano.
Ah, a citação de Paulinho da
Viola no subtítulo foi só pra ficar mais bonito mesmo.
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